Estudo de Caso de Engenharia: Análise Detalhada do Incêndio na COP 30 e a Crítica da Segurança Estrutural
- Elétrica Sustentável Automatizada
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O incêndio na COP 30 em Belém, ocorrido recentemente (20/11/2025) no Pavilhão dos Países na Zona Azul, transcende a manchete. Para o universo da engenharia, ele se torna um estudo de caso crítico sobre a gestão de risco, a Engenharia de Segurança Contra Incêndio (ESCI) e a construção de infraestrutura temporária de alto valor.
Este post aprofunda os aspectos técnicos do incidente, explorando como a falha em um sistema, possivelmente um curto-circuito, pode comprometer a segurança de um grande evento internacional.

O Contexto do Incidente: Infraestrutura Temporária e Alto Risco
A Zona Azul da COP 30 é uma complexa aglomeração de estruturas modulares e provisórias, destinadas a abrigar estandes de delegações e exposições. Essa natureza temporária impõe os maiores desafios à engenharia de segurança:
Desafio da Carga de Incêndio (IT 14)
Em um ambiente de exposição, a carga de incêndio (a quantidade de calor que pode ser liberada pela combustão de todos os materiais) é altíssima. Materiais de marketing, revestimentos de estandes (muitas vezes plásticos ou tecidos não tratados) e a densidade de equipamentos eletrônicos contribuem para um rápido alastramento do fogo.
Análise Técnica: A ESCI exige que o Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP) utilize materiais com baixo Índice de Propagação de Chama (IPC), mesmo em estruturas provisórias, para desacelerar o avanço das chamas até a intervenção do Corpo de Bombeiros.
Vulnerabilidade da Instalação Elétrica
A causa inicial mais provável em eventos como este é a falha na instalação elétrica temporária.
Ponto de Falha Crítico: A engenharia elétrica em grandes eventos frequentemente lida com sobrecarga de circuitos, conexões de baixa qualidade (improvisadas) e má distribuição de painéis. Um curto-circuito ou uma falha no isolamento do condutor (seja por atrito ou excesso de calor) pode ser o ponto de ignição.
Mitigação: É fundamental o uso de dispositivos de proteção contra surto (DPS), disjuntores com curva e capacidade adequadas, e o dimensionamento de fiação considerando o fator de agrupamento e temperatura ambiente da Amazônia.

A Resposta da Engenharia: Sistemas Ativos e Passivos em Ação
O sucesso no controle do fogo na COP 30 depende da execução correta do PSCIP e do treinamento da brigada.
Sistemas de Detecção e Alarme
Em um pavilhão, a rápida detecção de fumaça é vital.
Desafio: Estruturas altas e abertas dificultam a captação de fumaça pelos detectores de ponto.
Solução de Engenharia: Deveria haver a implementação de detectores de feixe (que monitoram áreas amplas) ou sistemas de aspiração, garantindo que o alarme de incêndio seja acionado nos primeiros segundos. O atraso na detecção significa um aumento exponencial no risco.
Hidrantes e Vazão
A capacidade de combate depende diretamente da engenharia hidráulica do sistema de hidrantes industriais.
Critério de Projeto: O projeto deve assegurar a reserva técnica de incêndio (RTI) e que as bombas de incêndio sejam capazes de fornecer a vazão e pressão (medidas em L/min e m.c.a.) exigidas pelas normas NBR para o risco em questão. A falha da bomba ou a falta de água seria catastrófica.

O Fator Humano e o Planejamento de Evacuação
A Engenharia de Tráfego e a Arquitetura se unem para garantir a segurança humana.
Dimensionamento de Saídas (NBR 9077): As rotas de fuga precisam ser dimensionadas não apenas pelo número máximo de ocupantes, mas também pelo tempo de abandono exigido. O pânico em um evento internacional requer corredores mais largos e saídas muito bem sinalizadas (iluminação de emergência ininterrupta).
Compartimentação: Em uma estrutura provisória e aberta, a compartimentação horizontal (uso de barreiras físicas resistentes ao fogo) limita a fumaça tóxica, o maior risco à vida em um incêndio.

Engenharia, Sustentabilidade e o Futuro da COP
O incidente na COP 30 é um poderoso lembrete de que a sustentabilidade começa com a segurança de vida. Não existe infraestrutura sustentável se ela não for resiliente e segura.
A engenharia de segurança contra incêndio deve ser vista como a primeira e mais importante camada de gestão de riscos em qualquer projeto, especialmente aqueles com visibilidade global. O incidente serve como um chamado à ação para todos os engenheiros: a conformidade com o PSCIP e a auditoria rigorosa das instalações elétricas temporárias são inegociáveis.
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