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Estudo de Caso de Engenharia: Análise Detalhada do Incêndio na COP 30 e a Crítica da Segurança Estrutural

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    Elétrica Sustentável Automatizada
  • há 4 horas
  • 3 min de leitura

O incêndio na COP 30 em Belém, ocorrido recentemente (20/11/2025) no Pavilhão dos Países na Zona Azul, transcende a manchete. Para o universo da engenharia, ele se torna um estudo de caso crítico sobre a gestão de risco, a Engenharia de Segurança Contra Incêndio (ESCI) e a construção de infraestrutura temporária de alto valor.

Este post aprofunda os aspectos técnicos do incidente, explorando como a falha em um sistema, possivelmente um curto-circuito, pode comprometer a segurança de um grande evento internacional.


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O Contexto do Incidente: Infraestrutura Temporária e Alto Risco


A Zona Azul da COP 30 é uma complexa aglomeração de estruturas modulares e provisórias, destinadas a abrigar estandes de delegações e exposições. Essa natureza temporária impõe os maiores desafios à engenharia de segurança:


Desafio da Carga de Incêndio (IT 14)


Em um ambiente de exposição, a carga de incêndio (a quantidade de calor que pode ser liberada pela combustão de todos os materiais) é altíssima. Materiais de marketing, revestimentos de estandes (muitas vezes plásticos ou tecidos não tratados) e a densidade de equipamentos eletrônicos contribuem para um rápido alastramento do fogo.


  • Análise Técnica: A ESCI exige que o Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP) utilize materiais com baixo Índice de Propagação de Chama (IPC), mesmo em estruturas provisórias, para desacelerar o avanço das chamas até a intervenção do Corpo de Bombeiros.


Vulnerabilidade da Instalação Elétrica


A causa inicial mais provável em eventos como este é a falha na instalação elétrica temporária.


  • Ponto de Falha Crítico: A engenharia elétrica em grandes eventos frequentemente lida com sobrecarga de circuitos, conexões de baixa qualidade (improvisadas) e má distribuição de painéis. Um curto-circuito ou uma falha no isolamento do condutor (seja por atrito ou excesso de calor) pode ser o ponto de ignição.


  • Mitigação: É fundamental o uso de dispositivos de proteção contra surto (DPS), disjuntores com curva e capacidade adequadas, e o dimensionamento de fiação considerando o fator de agrupamento e temperatura ambiente da Amazônia.


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A Resposta da Engenharia: Sistemas Ativos e Passivos em Ação


O sucesso no controle do fogo na COP 30 depende da execução correta do PSCIP e do treinamento da brigada.


Sistemas de Detecção e Alarme


Em um pavilhão, a rápida detecção de fumaça é vital.


  • Desafio: Estruturas altas e abertas dificultam a captação de fumaça pelos detectores de ponto.


  • Solução de Engenharia: Deveria haver a implementação de detectores de feixe (que monitoram áreas amplas) ou sistemas de aspiração, garantindo que o alarme de incêndio seja acionado nos primeiros segundos. O atraso na detecção significa um aumento exponencial no risco.


Hidrantes e Vazão


A capacidade de combate depende diretamente da engenharia hidráulica do sistema de hidrantes industriais.


  • Critério de Projeto: O projeto deve assegurar a reserva técnica de incêndio (RTI) e que as bombas de incêndio sejam capazes de fornecer a vazão e pressão (medidas em L/min e m.c.a.) exigidas pelas normas NBR para o risco em questão. A falha da bomba ou a falta de água seria catastrófica.


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O Fator Humano e o Planejamento de Evacuação


A Engenharia de Tráfego e a Arquitetura se unem para garantir a segurança humana.


  • Dimensionamento de Saídas (NBR 9077): As rotas de fuga precisam ser dimensionadas não apenas pelo número máximo de ocupantes, mas também pelo tempo de abandono exigido. O pânico em um evento internacional requer corredores mais largos e saídas muito bem sinalizadas (iluminação de emergência ininterrupta).


  • Compartimentação: Em uma estrutura provisória e aberta, a compartimentação horizontal (uso de barreiras físicas resistentes ao fogo) limita a fumaça tóxica, o maior risco à vida em um incêndio.


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Engenharia, Sustentabilidade e o Futuro da COP


O incidente na COP 30 é um poderoso lembrete de que a sustentabilidade começa com a segurança de vida. Não existe infraestrutura sustentável se ela não for resiliente e segura.

A engenharia de segurança contra incêndio deve ser vista como a primeira e mais importante camada de gestão de riscos em qualquer projeto, especialmente aqueles com visibilidade global. O incidente serve como um chamado à ação para todos os engenheiros: a conformidade com o PSCIP e a auditoria rigorosa das instalações elétricas temporárias são inegociáveis.


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Redação de Artigos

O conteúdo descrito neste site e páginas de redes sociais relacionadas a ele foram redigidos por Sabrina Levi Dmitriev.
 

Uma engenheira de minas e engenheira elétrica brasileira, apaixonada por desvendar os segredos da terra e da energia. Com um olhar curioso e uma mente analítica, explora as profundezas das minas e os labirintos dos sistemas elétricos, buscando soluções inovadoras e sustentáveis para o mundo.
 

Formação:

  • Engenharia de Minas [UNICAMP]

  • Engenharia Elétrica [PUC-SP]

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