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Do Projeto à Vistoria: Entenda as Diferenças entre AVCB e CLCB na Sua Obra

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    Elétrica Sustentável Automatizada
  • 28 de ago.
  • 5 min de leitura

Se você trabalha na construção civil, com certeza já se deparou com as siglas AVCB e CLCB. Elas são essenciais para a legalidade e segurança de qualquer edificação, mas causam muitas dúvidas. Apesar de terem o mesmo objetivo, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e o Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros (CLCB) são documentos diferentes, aplicados a projetos com características distintas.


Neste post, vamos explicar a fundo o que são esses documentos, onde cada um se aplica e por que eles são tão importantes para a sua obra.


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O Que É o AVCB e o CLCB?


Ambos são certificados que atestam que uma edificação cumpre as normas de segurança contra incêndio e pânico. O objetivo é garantir que o local está seguro para uso, protegendo vidas e patrimônio. A principal diferença entre eles está na complexidade do projeto e no nível de risco da edificação.


  • AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros): É o documento emitido para edificações de maior risco. O processo exige a aprovação de um Projeto Técnico (PT) detalhado, que inclui a instalação de sistemas mais complexos, como hidrantes, sprinklers (chuveiros automáticos), e compartimentação contra incêndio. A vistoria do Corpo de Bombeiros é rigorosa e presencial.


  • CLCB (Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros): É o certificado para edificações de baixo risco, geralmente com área e altura reduzidas. O processo é simplificado e mais rápido, baseado em um Projeto Técnico Simplificado (PTS), que exige a instalação de equipamentos mais básicos, como extintores e sinalização. A vistoria pode ser simplificada ou até mesmo feita por amostragem.


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Critérios para a Classificação: Quando Usar Cada Um?


A escolha entre AVCB e CLCB não é aleatória; ela é definida pelo risco da edificação, que é avaliado com base em critérios técnicos. Os fatores de risco mais importantes são:


  • Área Construída: Edificações menores se encaixam no CLCB, enquanto as maiores exigem o AVCB. O limite varia de acordo com a legislação de cada estado, mas geralmente é de 750 m² ou 1.500 m².


  • Altura da Edificação: Construções mais baixas, como galpões ou casas térreas, podem se enquadrar no CLCB. Prédios de múltiplos andares, que demandam escadas de emergência pressurizadas e outros sistemas complexos, exigem o AVCB.


  • Carga de Incêndio: A quantidade de calor que pode ser gerada por materiais combustíveis no local. Uma loja de roupas tem uma carga de incêndio diferente de um depósito de cimento. Locais com alta carga de incêndio (como indústrias e depósitos de produtos inflamáveis) sempre precisarão do AVCB.


  • Ocupação e Uso: Uma escola (local de reunião de público com alta densidade de pessoas) e um hospital (onde a evacuação é mais difícil) sempre necessitarão de um AVCB, mesmo que a área seja pequena. Já um pequeno escritório ou uma residência unifamiliar podem obter o CLCB.


Em todas essas situações, a presença de um CLCB ou AVCB válido é a prova de que as medidas de segurança, como saídas de emergência, extintores e sistemas de alarme, foram projetadas e implementadas corretamente para proteger as pessoas.


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Fatores de Risco e a Classificação da Edificação


Para determinar as exigências de segurança, o Corpo de Bombeiros leva em conta a classificação da edificação. Isso não se resume apenas à área ou altura, mas inclui uma análise detalhada dos fatores de risco. Os principais são:


  • Ocupação e Uso: Uma fábrica de produtos químicos (uso industrial) tem exigências diferentes de um hospital (uso de saúde). O tipo de uso determina o número de pessoas, o tempo de permanência e a dificuldade de evacuação.


  • Carga de Incêndio: É a quantidade de calor que pode ser gerada por todos os materiais combustíveis em um ambiente. Por exemplo, um depósito de papel tem uma carga de incêndio muito maior do que um escritório com pouca mobília. Essa carga influencia na escolha dos sistemas de combate (por exemplo, sprinklers mais potentes).


  • Altura e Área Construída: Prédios altos exigem soluções mais complexas, como pressurização de escadas para evitar a entrada de fumaça, e elevadores de emergência para o uso do Corpo de Bombeiros.


Esses fatores são cruciais para a elaboração do projeto de segurança. Ignorá-los é como construir uma casa sem alicerce.


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Tipos de Projeto de Segurança Contra Incêndio: PT e PTS


O processo de obtenção do AVCB exige a aprovação de um projeto técnico. Existem dois tipos principais de projetos, que dependem das características da edificação:


Projeto Técnico (PT)


O Projeto Técnico (PT) é o modelo mais detalhado e completo. Ele é exigido para edificações com maior risco de incêndio, complexidade ou que excedam um determinado limite de área construída ou altura. O PT deve ser elaborado por um profissional habilitado (geralmente um engenheiro ou arquiteto), seguindo as normas técnicas.

O projeto inclui plantas, memoriais descritivos e detalhamento de todos os sistemas de segurança contra incêndio, como:


  • Hidrantes e mangotinhos: Pontos de água para combate a incêndio.


  • Sistemas de Sprinklers: Chuveiros automáticos que entram em ação em caso de alta temperatura.


  • Sistema de detecção e alarme de incêndio: Sensores que identificam fumaça ou calor e disparam o alarme.


  • Compartimentação vertical e horizontal: Uso de materiais e estruturas que retardam a propagação do fogo entre andares ou ambientes.


Projeto Técnico Simplificado (PTS)


O Projeto Técnico Simplificado (PTS) é um procedimento mais rápido e menos burocrático, aplicável a edificações de baixo risco, com área construída e altura reduzidas. Ele é ideal para pequenos estabelecimentos comerciais, residências unifamiliares e outros casos específicos definidos pela legislação local.

No PTS, o profissional responsável preenche formulários e declarações, muitas vezes online, atestando que a edificação cumpre as exigências básicas de segurança. A vistoria do Corpo de Bombeiros pode ser feita de forma amostral ou simplificada, agilizando a emissão do AVCB.


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Do Projeto à Vistoria: O Passo a Passo


O processo para obter o AVCB ou o CLCB tem etapas semelhantes, mas com complexidades diferentes:


  1. Elaboração do Projeto: Um engenheiro ou arquiteto habilitado elabora o projeto de segurança contra incêndio, especificando os equipamentos e as medidas de proteção necessárias, como extintores, sinalização, rotas de fuga e saídas de emergência. A escolha do tipo de projeto (PT ou PTS) é feita nesta etapa, de acordo com os critérios da legislação.


  2. Protocolo e Aprovação: O projeto é enviado ao Corpo de Bombeiros, que o analisa e pode solicitar ajustes. No caso do AVCB, essa análise é técnica e detalhada. Para o CLCB, a análise é simplificada e, em muitos casos, pode ser feita de forma automatizada.


  3. Execução das Medidas de Segurança: Com o projeto aprovado, a obra deve ser executada seguindo rigorosamente as especificações. É aqui que os sistemas de segurança são instalados.


  4. Vistoria e Emissão: O Corpo de Bombeiros realiza uma vistoria no local para verificar se o que foi projetado foi realmente executado e se os sistemas estão funcionando. Com a aprovação, o AVCB ou o CLCB é emitido.


Um Compromisso com a Segurança


AVCB e CLCB não são apenas burocracia; são a garantia de que um projeto foi pensado para proteger vidas. Para os engenheiros, a compreensão dessas siglas é fundamental, pois define o escopo do projeto de segurança. Ignorar a importância desses documentos pode resultar em graves acidentes, multas e a interdição da edificação.


Dominar as diferenças entre AVCB e CLCB é o primeiro passo para garantir que a sua obra, seja ela uma grande indústria ou um pequeno escritório, está em total conformidade com a lei e, mais importante, é um lugar seguro para todos.


Tem alguma dúvida em relação ao processo de obtenção do CLCB ou AVCB ?



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Redação de Artigos

O conteúdo descrito neste site e páginas de redes sociais relacionadas a ele foram redigidos por Sabrina Levi Dmitriev.
 

Uma engenheira de minas e engenheira elétrica brasileira, apaixonada por desvendar os segredos da terra e da energia. Com um olhar curioso e uma mente analítica, explora as profundezas das minas e os labirintos dos sistemas elétricos, buscando soluções inovadoras e sustentáveis para o mundo.
 

Formação:

  • Engenharia de Minas [UNICAMP]

  • Engenharia Elétrica [PUC-SP]

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